O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza um novo relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, desenvolvido no âmbito do “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”. Até à data, foram analisadas 3261 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em 71 laboratórios, hospitais e instituições, representando 235 concelhos de Portugal.
Desde o último relatório (12-01-20219), foram analisadas mais 919 sequências, incluindo 532 sequências obtidas de amostras colhidas entre 10 e 19 de janeiro de 2021 por laboratórios distribuídos pelas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e por todos os distritos de Portugal continental (no total de 138 concelhos), no âmbito da vigilância de periodicidade mensal com amostragem nacional que o INSA está a coordenar, e 199 sequências obtidas em amostras suspeitas da presença das variantes associadas ao Reino Unido, Africa do Sul e Brasil ou de outros estudos específicos.
Entre as novas sequências analisadas, a variante associada ao Reino Unido foi detetada por sequenciação com uma frequência de 16% na amostragem nacional de 10 e 19 janeiro. Esta frequência relativa é concordante com a que foi estimada a partir dos dados de falha na deteção do gene S por RT-PCR para a mesma semana, no âmbito do estudo de monitorização contínua desta variante em colaboração com a Direção-Geral da Saúde e o laboratório Unilabs, sendo que os resultados obtidos pelas duas estratégias de vigilância indicam que esta variante está amplamente dispersa por todo o território nacional.
O mais recente relatório de situação refere também que foram detetados, até à data, dois casos da variante associada à África do Sul, sendo que não se detetou nenhum caso desta variante na amostragem nacional do período 10-19 de janeiro, o que sugere que a circulação desta variante é ainda limitada em Portugal. O relatório do INSA dá ainda conta de que não foi detetado nenhum caso associado à variante 501Y.V3 (P.1), primeiramente detetada no Brasil, em particular na região de Manaus (Amazónia), mas que foram detetados cinco casos da variante P.2, também detetada inicialmente no Brasil e associada a casos de reinfeção.
O relatório destaca ainda a emergência de uma variante com uma mutação de interesse na proteína Spike, tendo sido detetada com uma frequência relativa de 6.8% na amostragem nacional do período 10-19 de janeiro. Esta variante foi associada a três casos na amostragem nacional de novembro, tendo agora um total de 57 sequências detetadas em 32 concelhos, abrangendo 9 distritos de Portugal continental e a Região Autónoma dos Açores, indicando alguma dispersão a nível nacional.
Desde o passado mês de abril, o INSA tem vindo a desenvolver, em colaboração com o Instituto de Gulbenkian de Ciência (IGC), o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal. Os resultados deste trabalho podem ser consultados aqui.
Fonte: INSA (notícia original)
8 de February de 2021 às 16:12